Pular para o conteúdo principal

Flores de Banhado

Sim. Flores de banhado. Simples. E tão inesperadas! Cresciam na minha infância, quando, aos domingos, no sítio, iam parar em um vaso grande, de vidro comum, exposto sobre a mesa da sala. Colhidos por mim e por minha mãe, ela sempre com receio das cobras que gostavam de ficar por perto das águas.
Lembro dos caules cortados com uma faca afiada, rente à base, para que ficassem com pescoços bem compridos, mais altos que a beira do grande vaso de vidro.
Estranha criação, os copos-de-leite. Sempre arrumados sozinhos, em um vaso só para eles.
Tempos idos, perdidos.
Tempos de décadas atrás, quando havia sítio, copos-de-leite, infância, e mãe.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Castelos Confusos

Os castelos confundiram-se. Não sabem mais o que fazer com a nova ordem das coisas. Porque não fica nada bem para uma coisa servir de abrigo para príncipes, para princesas, para sonhos ou devaneios. Daí entortaram-se. Verdade que os relógios de alguns passaram a andar para trás. Porém, eu soube que foi inútil. Tudo inútil.   

Fantasma

 Eu não levaria tão a sério. Mas, em parte, merece aparecer por aqui esse acidente fotográfico que fideliza uma realidade indiscutível e, mesmo assim, absurda. Portanto, eis um fantasma plasmado. Um fantasma clássico, do tempo dos lençóis esvoaçantes, dos ambientes sinistros, das luzes incertas. Ele parece andar por corredores embaralhados. Flutuante. Leve. Assombroso. Assombrado. Assombração.

Rebeca

 Finalmente, Rebeca, desenhada em poucos traços, rapidamente, quando voltava das compras e tomava a chuva de que tanto gostava. Deve ser ela mesma, porque surgiu muito espontaneamente.