Sim. Flores de banhado. Simples. E tão inesperadas! Cresciam na minha infância, quando, aos domingos, no sítio, iam parar em um vaso grande, de vidro comum, exposto sobre a mesa da sala. Colhidos por mim e por minha mãe, ela sempre com receio das cobras que gostavam de ficar por perto das águas. Lembro dos caules cortados com uma faca afiada, rente à base, para que ficassem com pescoços bem compridos, mais altos que a beira do grande vaso de vidro. Estranha criação, os copos-de-leite. Sempre arrumados sozinhos, em um vaso só para eles. Tempos idos, perdidos. Tempos de décadas atrás, quando havia sítio, copos-de-leite, infância, e mãe.
Cores, riscos e palavras.