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Mostrando postagens de junho, 2021

Quisera

 Quisera poder expressar o que imaginei. Rosas e azuis puros seriam, não fosse o peso das cinzas precipitadas assim, como antevisão de um luto que mesmo passado se lança sempre ao futuro.

Amarelos intrometidos

 Então eu fiz isso tudo correndo. Quase quebrando pontas de lápis, riscando com elas até o desgaste. Mais as tintas depois por cima de tudo, e os brancos naturalmente. Porque deixar os brancos vai te fazer perceber o que não foi dito. Desenho e pinto tudo aquilo que eu não digo: inconfessáveis irracionalidades. Depois de tudo pronto e exposto nessas paredes de luz, compreendo que esqueci das flores, justamente hoje, quando amarelos luminosos se intrometeram por entre os riscos só para confundir as minhas palavras.

Trindades

 Mais uma trindade. Tudo pelo obsessivo número três e outras triangularidades.

A que vieram

 Fizeram-se vermelhas. Porque não controlo nada do que se pinta diante dos meus olhos. E sei bem que, ainda que eu pensasse que seriam margaridas, surgiram-me essas outras até melhores por sinal. E no fim, depois de aquietados pinceis e tintas, depois que tudo se deu por pronto, eu olho para poder ver e adivinhar a que vieram mais essas flores afinal.

Porque eu não sei

 Quem sabe se com linhas menos densas, cores mais leves, cortinas bem abertas, quem sabe? Quem sabe se com essas alterações tudo isso não funciona como deveria e, finalmente, te prestas a vir e a ver as flores que eu crio para o teu olhar. Quem sabe? Te prestas a espiar pela janela, a entrar aqui com o vento, com a luz, com algum som quase rotineiro que me soe familiar. Quem sabe, porque eu não sei.