Pular para o conteúdo principal

Teimosia


Teimosia. O peso ainda não aliviou, e a mão bate forte, tratando a a delicada aquarela como se fosse uma pincelada carregada de óleo. 

Falta de respeito com a fluidez da água, etc.

Só abstraindo e fingindo demência, como se diz por aí. 

Mas a verdade verdadeira mesmo é que gostei desse amarelo. Ele traz um quê de alegria para o seu quadrado, quase ignorando os vermelhos que se enroscam, na defensiva, procurando o centro, o protagonismo. Azuis e verdes, um cá outro lá, ambos na deles, e eu por ali, cuidando para que haja os clássicos vazios, os trechos em branco, para disfarçar, fazer de conta que sei mexer com aquarela.

Bobagem. Essas coisas se fazem por si. Eu só junto os pigmentos no papel molhado. O resto se acontece sozinho, meio como eu mesma nesses últimos tempos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Castelos Confusos

Os castelos confundiram-se. Não sabem mais o que fazer com a nova ordem das coisas. Porque não fica nada bem para uma coisa servir de abrigo para príncipes, para princesas, para sonhos ou devaneios. Daí entortaram-se. Verdade que os relógios de alguns passaram a andar para trás. Porém, eu soube que foi inútil. Tudo inútil.   

Fantasma

 Eu não levaria tão a sério. Mas, em parte, merece aparecer por aqui esse acidente fotográfico que fideliza uma realidade indiscutível e, mesmo assim, absurda. Portanto, eis um fantasma plasmado. Um fantasma clássico, do tempo dos lençóis esvoaçantes, dos ambientes sinistros, das luzes incertas. Ele parece andar por corredores embaralhados. Flutuante. Leve. Assombroso. Assombrado. Assombração.

Rebeca

 Finalmente, Rebeca, desenhada em poucos traços, rapidamente, quando voltava das compras e tomava a chuva de que tanto gostava. Deve ser ela mesma, porque surgiu muito espontaneamente.