Pular para o conteúdo principal

A Cortina


Cortinas são um filtro mágico. Elas velam, discretas, por tudo que é interno e particularmente nosso. Por algum motivo, sempre desconfio de janelas que, impudicas, nuas, se dispensam de cortinas, abrindo-se aos olhares da rua. Um lar é sempre uma particularidade substancial, externalidade dos subjetivos que o habitam. Breves contra as indiscrições, as cortinas resguardam alegrias e mágoas, não raro flores que marcam, com suas cores e fragilidades, pontos de fuga que atraem nossos olhos no reduto de nossas moradas. Todos os lares deveriam ter sempre flores e cortinas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fantasma

 Eu não levaria tão a sério. Mas, em parte, merece aparecer por aqui esse acidente fotográfico que fideliza uma realidade indiscutível e, mesmo assim, absurda. Portanto, eis um fantasma plasmado. Um fantasma clássico, do tempo dos lençóis esvoaçantes, dos ambientes sinistros, das luzes incertas. Ele parece andar por corredores embaralhados. Flutuante. Leve. Assombroso. Assombrado. Assombração.

Rebeca

 Finalmente, Rebeca, desenhada em poucos traços, rapidamente, quando voltava das compras e tomava a chuva de que tanto gostava. Deve ser ela mesma, porque surgiu muito espontaneamente. 

Castelos Confusos

Os castelos confundiram-se. Não sabem mais o que fazer com a nova ordem das coisas. Porque não fica nada bem para uma coisa servir de abrigo para príncipes, para princesas, para sonhos ou devaneios. Daí entortaram-se. Verdade que os relógios de alguns passaram a andar para trás. Porém, eu soube que foi inútil. Tudo inútil.