Quando tudo acontece furiosamente, o que está na frente é ultrapassado pelo que está atrás. Como na vida, quando o passado atropela o futuro. Nossa existência é pensada no tempo e no espaço. Tributários dessa prisão dimensional, nosso horizonte é o de uma consciência de si, que a memória ora atormenta, ora ameniza, e que a morte ora consola, ora aterroriza. Humanidades à parte, não admira termos criado tantos deuses e tantos heróis.
Os castelos confundiram-se. Não sabem mais o que fazer com a nova ordem das coisas. Porque não fica nada bem para uma coisa servir de abrigo para príncipes, para princesas, para sonhos ou devaneios. Daí entortaram-se. Verdade que os relógios de alguns passaram a andar para trás. Porém, eu soube que foi inútil. Tudo inútil.

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