Pensei comigo, enquanto o lápis corria pelo papel, que estavas bem ali, a olhar as cores, os claros, os escuros, tudo enfim. Cheguei a sentir teu olhar, tua presença, e fiz de conta que sim, que ali estavas, do meu lado, quieto, mas atento, como sempre. Mas logo depois me dei conta de que não era mais sempre, porque é nunca: nunca mais outra vez.
Os castelos confundiram-se. Não sabem mais o que fazer com a nova ordem das coisas. Porque não fica nada bem para uma coisa servir de abrigo para príncipes, para princesas, para sonhos ou devaneios. Daí entortaram-se. Verdade que os relógios de alguns passaram a andar para trás. Porém, eu soube que foi inútil. Tudo inútil.

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