E foi assim que eu desordenei o sentido das linhas, para que o fundo não pudesse influir muito na forma. Mas não é o caso. O desenho é sempre o que é, nunca o que seria. No caso, o que me parece importante é que a forma se faz sustentar pelo reflexo, e gosto disso, porque assim se praticam os impossíveis. De resto, meus azuis plenos entre roxos e lilases, ligeiramente rosados, discretamente dourados. Concluído o desenho, tornado luz agora, penso que se o tivesses visto talvez não te agradasse. Nunca soube bem o que preferias e, no fundo, imagino que, não apreciando poesia, talvez não tivesses também gosto pelos florais. Não sei. Nunca soube e, agora, nunca saberei.
Os castelos confundiram-se. Não sabem mais o que fazer com a nova ordem das coisas. Porque não fica nada bem para uma coisa servir de abrigo para príncipes, para princesas, para sonhos ou devaneios. Daí entortaram-se. Verdade que os relógios de alguns passaram a andar para trás. Porém, eu soube que foi inútil. Tudo inútil.

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