Pinceladas a esmo, brinquedo, cores puras, cores misturadas, pigmento, água, luzes. Abstração. Mas me ocorre súbito a canção daquela rua que, se fosse minha, eu mandava cravejar com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante para o meu, para o meu amor passar. Depois me dou conta de que não há rua, nem brilhantes nem mais amor pra passar. Que é apenas uma aquarela. Nada mais.
Os castelos confundiram-se. Não sabem mais o que fazer com a nova ordem das coisas. Porque não fica nada bem para uma coisa servir de abrigo para príncipes, para princesas, para sonhos ou devaneios. Daí entortaram-se. Verdade que os relógios de alguns passaram a andar para trás. Porém, eu soube que foi inútil. Tudo inútil.

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