Provisória & Improvisada

Não sei de onde saiu, nem por que fiz isso. Mas tenho absoluta certeza de que é a passagem de um cometa, cortando o céu, com dourados de ouro e vermelhos de fogo, vai esfriando a luz das luas, vai arrastando as estrelas, levando-as todas embora com ele, poderoso cometa. Só tu não vens buscar a tua estrela.  Só tu não vens buscar a tua Stela. Só tu.

 Queria tanto que visses.

 Flores para o castelo que habitas em Nunca Mais, de onde podes avistar as montanhas de ferro de Sinistro .

Para quando, qualquer dia desses, passares pela luz. Hás de ver então esta janela aberta e as coisas que fiz para te esperar: a água que mata a sede de saber, a maçã que alimenta o amor por toda eternidade, as uvas das quais se extrai o sumo da vida, e a gaveta onde estão guardados todos os mistérios.

 Para olhar e pensar: tristeza. Coisas desencontradas, sombrias, que arranham e ferem. 

 Deixei  à tua vista a velha tesoura de aço. Porque imagino que possas encontrá-la agora, quando assombrares a minha janela, quando vieres ver as flores azuis, quando a cortina arredada te convidar. Deixei a velha tesoura de aço bem ali. Não por acaso, mas de propósito. Quero ver se te lembras...