Gavetas transformam banalidades em grandes segredos. Pairam mistérios sobre tudo o que elas escondem.
Por isso amo tanto gavetas. Nelas podemos guardar nossos nadas e nossos espaços vazios: imensos, escuros, onde não chega nem o azul da janela nem a alegria das flores. Pura saudade.
Mas as flores estão ali. O cortinado, aberto. A janela também. Porque, — quem sabe —, por ali, junto com o azul, pode entrar o teu olhar.

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