A saber por que será que as flores se desenham sozinhas. Chamam a si, por escolha própria, as cores e os matizes, expandem-se ao fundo, sugerem o arranjo. Só que suas escolhas não são sempre felizes. Às vezes, — e isso talvez por uma questão de gênero, hoje tão em moda —, às vezes elas exageram nos ingredientes: muita cor, combinações bizarras, composições que pecam pelo desequilíbrio. — Esse azul aí tão demais, um roxo fora de hora... eu poria rosa... — Como mulheres, enfim, quando se excedem no rouge. Penso. Mas não encontro explicação. Só o fato: flores se desenham sozinhas. Espontaneamente.
Os castelos confundiram-se. Não sabem mais o que fazer com a nova ordem das coisas. Porque não fica nada bem para uma coisa servir de abrigo para príncipes, para princesas, para sonhos ou devaneios. Daí entortaram-se. Verdade que os relógios de alguns passaram a andar para trás. Porém, eu soube que foi inútil. Tudo inútil.

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