Tem dias assim. Que somos como as plantas fixadas nos potes à espera de que nos venha a água da chuva do céu ou dos zeladores, frenquentemente displicentes, que nos regam.
Um dia, quem sabe, quando o meu tempo interno não for mais pautado por esse tempo que não é o meu. Daí eu desenharei melhor. Daí eu porei as cores certas nos lugares certos. Tem horas que não é possível sequer dar tempo à construção das sombras.
Quando pensar é doloroso e as ideias não ocorrem é hora de silenciar. O vazio pode ser menos ameaçador, pode ser mais próximo da paz. Não há razão para fugir dos desertos nem da ausência dos desejos.